quinta-feira, 2 de junho de 2011

"Fazer música também é coisa de criança"




Participantes: Flávio Gonçalves da Silva e Ana Amélia de Souza 
Unidade Educativa: CMEI José Carlos Pisani
NRE: Pinheirinho
1 – Título: “Fazer música também é coisa de criança”
2 – Área de Formação Humana: Linguagem Musical
3 – Modalidade organizativa do tempo didático: Seqüência Didática
4 – Público alvo: Crianças do Pré.
5 – Período de aplicação: 10/05 a 18/05/2011

6 – Justificativa:
Para que haja música é necessário haver movimento, assim como brincamos, dançamos ou nos movimentamos. Então música é movimento. Neste sentido a preocupação foi como fazer com que as crianças percebam que a música vem do movimento e “é um fenômeno sonoro que só pode ser produzido com sons”. (LINO, 2009)
            Desta forma as estratégias que são apresentadas neste trabalho tem a finalidade de possibilitar o desenvolvimento e a compreensão inicial da Linguagem musical com crianças da Educação Infantil, partindo da idéia do movimento sonoro.
            As atividades terão duração variável, sendo desenvolvidas em etapas respeitando o tempo de aquisição dos conhecimentos pelas crianças e permitindo gradativamente uma ampliação maior do conhecimento musical.

7 – Objetivos:
1- Produzir sons criando composições a partir de objetos sonoros, instrumentos musicais, sons corporais e vocais.
2 - Construir instrumentos musicais de corda, sopro e percussão, utilizando materiais alternativos.

8 – Intervenção metodológica:

1ª ETAPA: Roda de conversa
            Usar como disparador um “violão” fazendo questionamentos relevantes, tais como:
- O que é o som?
- De onde vem o som que foi ouvido?
- Como nasce o som?
- O som nasce sozinho?
- Qual o nome deste instrumento? (violão)
- Como faço para que ele produza som?
- Existem outros objetos que também produzem sons?
- Quais?

2ª ETAPA: Arroz bailarino
A partir das respostas das crianças, conduzí-las ao conhecimento de que o movimento provoca ondas e o som se propaga pelo ar chegando aos nossos ouvidos. Neste momento mostrar na prática como isso acontece utilizando uma dinâmica: Arroz bailarino.

Material: Bacia, balde plástico, pedaço de plástico, martelo de madeira, grãos de arroz e fita adesiva.
1 – Corte o plástico em um círculo maior do que a borda do balde.
2 – Fixe o círculo plástico na borda do balde com fita adesiva.
3 – Coloque os grãos de arroz sobre a superfície plástica fixada no balde.
4 – Bata na bacia com o martelo de madeira, como se fosse um tambor.
            Explicar para as crianças o que aconteceu: a bacia vibra ao sofrer o movimento do martelo, emitindo ondas sonoras que, por sua vez faz o plástico vibrar. Dessa forma, os grãos de arroz pulam com se fossem dançarinos.

3ª ETAPA: Objetos sonoros
No dizer de LINO (2009) “A noção do conhecimento de música surge da ação da criança com a música”. Neste sentido, é bom a criança experimentar a partir desta idéia de movimento uma variedade de objetos sonoros do seu contexto social para que ela compreenda a utilização do sons, porém, como definir com a criança o que são estes objetos sonoros?
            Cada coisa que se ouve é um objeto sonoro, a forma de utilização do seu som produzido é que determinará se é possível fazer música ou não.
            Neste momento solicitar às crianças que tragam de suas casas algum objeto que produza um som que elas gostem. Recolher e identificar tais objetos  propondo o caminho sonoro de uma atividade do nosso cotidiano com os sons emitidos por estes objetos.
Proceder com a manipulação dos objetos e a experimentação de qual som se encaixa em cada passo de uma receita feita anteriormente em outra atividade (suco de couve com limão). Após a adequação dos sons dos objetos à receita, proceder com a leitura da mesma, tendo com fundo o caminho sonoro dos objetos que reproduzirão o som da receita.
Nesta etapa a intenção é despertar o imaginário das crianças através da possibilidade de organizar e estruturar uma relação que seja significante para ela, se utilizando do som que lhe é peculiar no seu cotidiano. Assim é possível a criança conquistar um fazer musical que dependerá apenas do encaminhamento que o educador fará, permitindo que a criança experimente e organize suas hipóteses e elabore o conhecimento musical.

4ª ETAPA: O trabalho com a voz
            Conversar com a criança mostrando que o seu corpo se movimenta e também produz sons, para tanto, será usando o exemplo da voz mostrando à criança como a produzimos – o ar dos pulmões passa pelas pregas vocais, fazendo-as vibrar produzindo o som. Neste momento fazer alguns exercícios de respiração e preparação da voz.
1 – Brincar de “cheirar a flor e apagar a vela”.
2 – Fazer sons apenas com os lábios, imitando o som do caminhão.
3 – Pronunciar o som das consoantes BR, PR, TR, várias vezes.
4 – Cantar uma canção somente com “M”. Pode ser “com meu martelo”.
5 – Cantar com as crianças várias músicas que elas já conheçam.

5ª ETAPA: História musicada: “Plic Plic, um barulho da chuva” .
            Apresentação dos instrumentos da bandinha, nomeando cada um deles, mostrando suas características e permitir sua exploração.
            Contar a história uma vez, definir com as crianças os instrumentos musicais que reproduzirão os sons característicos do conto. Recontar a história com acompanhamento dos instrumentos.

6ª ETAPA: Produção de instrumentos musicais.
            Este é o momento de agregar ao conhecimento que já obtiveram sobre música a possibilidade de criar um percurso sonoro ao confeccionarem os instrumentos musicais e com eles produzirem sons em junção com a voz. Sendo assim nesta etapa foi o momento de confeccionar três instrumentos diferentes, finalizando as etapas da sequência com a exploração destes com acompanhamento de músicas cantadas pelas crianças.
1 – Xilofone de garrafas vazias.
2 – Chocalho com tampinhas de garrafa de refrigerante.
3 – Tambores com lata de leite em pó e papel cartão amarrados na borda.

9 – Resultados:

            A abordagem metodológica permitiu às crianças compreenderem a idéia de que para haver música é preciso haver movimento e por consequinte o movimento sonoro.
Com a produção e manipuilação do objetos sonoros e os instrumentos musicais as crianças apreciaram a sonoridade de cada um deles podendo criar seus próprias melodias.
Houve a percepção por parte das crianças de que é possível cantar e ter acompanhamento de um instrumento musical, pois ao usarem o garrafômetro imediatamente elas começaram a cantar algumas músicas.
A proposição das etapas permitiu às crianças experimentarem um passo de cada vez na compreensão de que a música é um percurso sonoro com a junção de vários sons.

10 – Parecer:

            Esta sequência didática possibilitou o despertar do imaginário das crianças em que elas puderam organizar e estruturar a linguagem musical com algo que seja significante para ela, se utilizando do som que lhe é peculiar no seu cotidiano.
Assim foi possível a criança aprimorar a sua expressão através da produção, manipulação e experimentação do fazer musical e por conseguinte a organizção de suas hipóteses na elaborção do conhecimento.

11 – Referências:

CUNHA, S. R. V. da. Cor, Som e Movimento – A expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Editora Mediação, 2009, 7ª Edição. 

CURITIBA. Secretaria Municipal da Educação. Diretrizes curriculares para a educação municipal de Curitiba. Educação Infantil – objetivos de aprendizagem: uma discussão permanente. 2008.

IACOCCA. L. Plic plic, um barulho da chuva. São Paulo: Editora Ática, 2008, 6ª edição, 9ª impressão.

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